Os cálculos são do DIAP – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. Para ter alguma chance de aparecer no mar de candidatos que disputarão uma das vagas do Congresso Nacional será preciso levantar uma inacreditável soma de recursos. As despesas globais podem chegar a R$ 5 milhões.
No pacote de gastos entram, por exemplo, despesas com: contratação de pessoas para montagem dos comitês, deslocamento de militantes, aluguéis de imóveis e veículos, gastos com viagens, montagem de comícios, impressão de material de divulgação, e, principalmente, elaboração de programas de rádio e tv.
“Não existe mais o candidato que gasta saliva e sola de sapato. 90% são midiáticos. Têm de encontrar alguma forma de aparecer nos veículos de comunicação. Vale tudo para se tornar conhecido” – afirma Antônio Augusto Queiroz, diretor de documentação do DIAP.
O problema é que, segundo Queiroz, na busca dos recursos, vão se formando compromissos a serem cumpridos depois da eventual vitória. “É a velha história: não existe almoço grátis. Se alguém apoiou é porque está esperando contrapartida” – comenta. “O ideal é que esta contrapartida fosse doutrinária, ideológica, de defesa de idéias, mas o fato é que em geral há um interesse econômico por parte de quem financia a campanha – o que pode desvirtuar a atuação de um parlamentar ou de um administrador”, completa o pesquisador do DIAP.
O financiamento público de campanha está praticamente descartado pelos partidos, que engavetaram a discussão, assim como o financiamento privado, restrito a pequenas contribuições de pessoas físicas. “Isso está longe de ser aprovado no congresso, porque a maioria dos partidos não abre mão de que as empresas continuem contribuindo na hipótese de permanecer o financiamento privado”, avalia Queiroz.
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