Em entrevista coletiva na tarde desta quinta, o delegado da Polícia Federal em Campos, Paulo Cassiano júnior disse que o episódio da casa do vereador Marcos Bacellar, quando agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão, não tem ligação com a operação Alta Tensão, que prendeu o ex-presidente da CamposLuz, Sivaldo Abílio. O delegado afirmou que a PF apenas deu apoio para o cumprimento dos mandados que foram pedidos pelo Ministério Público Eleitoral e expedidos pelo juiz eleitoral Ralf Manhães. BUSCA E APREENSÃO Agentes da Polícia Federal (PF) estiveram na manhã desta quinta-feira (02/06) por mais de duas horas na residência do vereador de Campos, Marcos Bacellar, onde chegaram por volta das 9h e saíram às 11h23, depois de cumprirem mandado de busca e apreensão expedido pelo Ministério Público Eleitoral. As acusações estão relacionadas a compra de votos no último pleito, em 2008, com verbas oriundas da CamposLuz. Da casa do vereador foram levados computadores, documentos pessoais e R$ 20 mil em espécie, segundo o vereador quantia fruto de um empréstimo consignado obtido na Caixa Econômica Federal, num valor total de R$ 50 mil.Os cerca de 12 agentes deixaram a residência sem dar nenhum esclarecimento.O vereador Marcos Bacellar recebeu a imprensa logo após a saída da PF de sua residência. Sem temer possíveis retaliações e dando diversos nomes, o vereador fez graves acusações contra membros da Polícia Civil, do Ministério Público, que estariam trabalhando em parceria com o ex-governador Anthony Garotinho, a sua esposa e prefeita de Campos, Rosinha Garotinho e o deputado federal Geraldo Pudim, que também foram bombardeados.Ao ser perguntado se isso lhe traria prejuízos para o seu nome como político, garantiu que não. “Pra mim, considero que foi até bom, pois se houvesse indício de alguma coisa, não encontraram nada. Isso é mais uma armação de Garotinho. Cinco promotores assinam o mandado de busca e apreensão aqui em casa, com despacho do juiz Dr. Ralph Manhães, que era o juiz de São João da Barra, quando nós denunciamos as artes do senhor Leandro (Leandro Manhães – promotor da MP) em Chapéu do Sol. Então, está tudo orquestrado. Tomei uma posição e vou seguir a minha linha até o final. É uma questão política e vamos continuar, pois adoro isso. Minhas contas foram as primeiras aprovadas na Câmara e chancelada pelo Ministério Público. Ouvir machuca e eles não querem ouvir, grande problema é esse”, declarou Marcos Bacellar.Em seguida o vereador entrou com denúncia na esfera estadual, acusando a policiais civis de envolvimentos. “Luis Armond, Renato, Alan, Rogério, pelo Ministério Público o Leandro (Manhães), dei todos os nomes e vou continuar fazendo isso. Amanhã vou entregar um dossiê com todas as informações para todos os órgãos do país. O desfecho eu não sei qual vai ser, mas espero que toda essa quadrilha seja presa junto do Garotinho, que é o pilantra maior, junto com Rosinha, Álvaro Lins e Silveirinha. Só assim vou ficar satisfeito e com minha vida tranqüila”, afirmou Bacellar.“Tenho provas de tudo. De quem é a Pátio Norte em Campos? Todo mundo sabe que é de Luis Armond, Leandro Manhães..., isso todo mundo sabe. Porque o Romário já veio a Campos quatro vezes esse ano? É esquema com Zezé da Construsan para montar o esquema das ambulâncias”.O vereador declarou ainda que Garotinho estaria buscando um entendimento com o PTdoB, através da executiva estadual, com o presidente Vinícius Cordeiro. “Já falei que se juntar eu saio do partido”. As críticas ainda foram direcionadas ao ex-deputado federal Paulo Feijó. “Eu não vou fazer igual ao Feijó, que me chamou na casa dele quando convidado por Mocaiber para organizar o governo dele e lá ele dizia que jamais se juntaria com Garotinho, e hoje está aí tomando benção”.A OPERAÇÃOPouco depois das 9h. da manhã começou a se espalhar a notícia de que policiais federais estavam na casa do vereador do PT do B, Marcos Bacellar. Toda a imprensa se dirigiu a casa, na Rua Carlos de Lacerda, 630, no bairro IPS, em Campos. As equipes da polícia permaneceram no local por pouco mais de 2 horas e deixaram a casa, às 11:23h, levando equipamentos, dinheiro e documentos. Enquanto os policiais estavam na casa uma equipe da empresa de telefonia Oi foi chamada e esteve na residência.Outras equipes estiveram no S.T.I.E.N.F, antigo sindicato da Cerj ao qual tem longo envolvimento como sindicalista, além de ter presidido a entidade durante alguns anos e ainda faz parte como membro na administração. No sindicato dos eletricitários, na Av. 28 de Março, fica a academia em anexo, que é administrada pela família do vereador.Os policiais estiveram também em uma casa na Penha e ainda na sede do partido do vereador, o PT do B, na Rua João Maria. O partido é presidido por Sivaldo Abílio, que está preso na Casa de Custódia por envolvimento em desvios de verbas públicas na CamposLuz, onde era o presidente da empresa que administra a iluminação pública da cidade. Marcos Bacellar é um dos membros da CPI da CamposLuz e ex-presidente da Câmara Municipal.
Fonte-Site Ururau
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