A iniciativa do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM/SP), de criar um novo partido como parte da estratégia para trocar de legenda sem enfrentar as conseqüências da lei eleitoral provoca reações de ciúme e chacota no mundo político em Brasília. O futuro Partido Democrático Brasileiro, para o qual Kassab pretende arregimentar correligionários, aliados, e os que desejam abandonar o barco da oposição, está sendo apelidado de “partido da boquinha”.
Além do trocadilho com a sigla da futura legenda, a apelido pretende ressaltar a vocação adesista dos eventuais integrantes do PDB. "Tem deputado que apoiou o Serra e não se conforma, porque diz que se elegeu para ser governo, e não oposição" - ironiza um ministro de Dilma Rousseff. Outro apelido já atribuído à futura agremiação de Kassab é "partido ônibus" - onde entra qualquer um.
Os críticos também consideram que a iniciativa encabeçada pelo prefeito, em nome de seu projeto pessoal de obter legenda para concorrer ao governo de São Paulo, seria uma “afronta ao espírito da lei, assim como a interpreta o Supremo”. Após a constituição da nova legenda, ela seria fundida com o Partido Socialista Brasileiro, presidido por Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Desta forma, a manobra, apesar da aparente legalidade, driblaria a essência da decisão judicial segundo a qual o mandato pertence ao partido.
Alguns dos nomes cotados para integrar a agremiação de Kassab já começam a rever suas posições. Entre eles, a senadora Kátia Abreu (DEM/TO), que não deve deixar as hostes do Democratas, uma vez que já definiu sua participação nas comissões do Senado como representante do partido e não tem em vista disputar eleições no médio prazo.
Fonte:Blog da Christina Lemos
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