terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Vagner Mancini é apresentado pelo Vasco cercado de coincidências


A diretoria do Vasco apresentou o técnico Vagner Mancini de forma oficial nesta terça-feira, em São Januário. Logo em sua primeira entrevista, o treinador percebeu as várias coincidências que cercam o seu nome à história do clube. Curiosamente, o profissional foi apresentado exatamente um ano depois da chegada de Dorival Júnior, em dezembro de 2008. Além disso, o título de maior expressão de sua carreira, a Copa do Brasil de 2005, foi conquistado justamente no estádio cruzmaltino.

Além das duas coincidências positivas, Mancini tem uma outra curiosidade com o Vasco - esta, de lembrança nada boa. Em 2008, na última rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, o Vitória, comandado pelo treinador, venceu o time da Colina, em São Januário, e acabou rebaixando o time à Série B em 2009.

O treinador assinou contrato de um ano com o clube da Colina e já teve as primeiras reuniões de trabalho com a cúpula do futebol para traçar o planejamento para a temporada 2010 e definir o nome dos próximos reforços que o clube vai investir para dar mais qualidade ao elenco. Mancini chegou acompanhado do auxiliar Anderson Silva. Além dele, a diretoria acertou a contratação do preparador Flávio de Oliveira, que já trabalhou com o treinador no Grêmio.

Confira os principais trechos da coletiva do novo treinador do Vasco:

GLOBOESPORTE.COM: Em 2008, em uma partida contra o Vitória, comandado por Vágner Mancini, o Vasco foi rebaixado à Série B. O que você lembra daquela partida?


- Lembro de uma cena que me marcou. Ao término do jogo, o estádio inteiro cantando o hino do Vasco. Nós, que vivemos no futebol, mesmo estando do outro lado, sentimos, nos emocionamos. Foi o sofrimento de uma imensa torcida, que mesmo após a queda não se desanimou. Em 2009, nós vimos São Januário e o Maracanã lotados. O Vasco só retornou porque teve o torcedor ao seu lado.

Existe uma outra curiosidade envolvendo o seu nome com o Vasco. Dorival Júnior foi anunciado no dia 12 de dezembro de 2008 e apresentado três dias depois. Isso também aconteceu com você. Existe alguma superstição por conta disso?


- Não vou contra isso, não. Se um ano tivemos o Dorival chegando e vencendo, isso pode acontecer novamente. Pode ser o início de uma fase vitoriosa, como ele teve em 2009. Ele atingiu o acesso. Espero que 2010 seja recheado de conquistas. Um ano de muito sucesso.

Em 2005, você conquistou o principal título de sua carreira, a Copa do Brasil. Na época, comandava o Paulista de Jundiaí, e a equipe bateu o Fluminense dentro de São Januário. O que pode falar disso?


- Essa é mais uma coincidência. Espero que São Januário seja palco de mais conquistas. Já se vão mais de cinco anos, mas é o título de maior expressão que eu vivi no futebol. Não tenha dúvida de que quando você volta a um lugar que obteve um grande feito, acaba vendo o cenário e se enchendo de forças e energia para novas conquistas. Espero que São Januário possa nos dar mais alegrias ainda.



Você não participou das primeiras contratações do Vasco. O que pensa daqui para frente em relação aos reforços? Já fez uma lista?
Desde que foi feito o acerto, temos conversado um pouco sobre isso. Não temos muito tempo de lá para cá. Muita coisa foi vivida, foi discutida. Tudo o que está sendo feito desde que eu cheguei tem a minha entrada nos assuntos. Algumas coisas já estavam sendo desenvolvidas. O mais importante é que hoje a gente forma uma equipe de trabalho. Não só de atletas que vão chegar, mas também quem vai sair.

Muita gente acha que o Vasco contratou atletas com qualidade duvidosa. O que você acha disso? Sempre que você busca uma peça no mercado isso vai gerar esse tipo de comentário. A não ser que seja um atleta de ponta, que defenda a seleção ou viva um momento ímpar. Tenho certeza que não se forma um bom time somente com bons atletas. Você precisa ter um plano tático definido, um time equilibrado. Não é o fato de ter dez atletas com uma recomendação que você vai ser campeão. Isso se adquire com o tempo.

Qual é o estilo do Vagner Mancini?
No futebol moderno todos os atletas precisam fazer aquilo que deve ser feito, que é atacar e defender com a mesma intensidade. Há 20 anos, a gente via um futebol onde você desmembrava a parte ofensiva da parte defensiva. Os cinco da frente atacavam, e outros cinco defendiam. A Holanda de 1974 e Dinamarca logo depois acabaram com isso. Qualquer equipe que queira alguma coisa precisa ter equilíbrio. Precisa ser uma equipe que ataque com 10 e defenda com 11 a maior parte do tempo. Não dá para pedir isso durante 50 minutos. Isso demora a ser realizado, mas vai acontecer.

Muita gente fala que você tem o estilo parecido com o de Dorival Júnior, o seu antecessor. Você também vê semelhanças? O Dorival é um grande amigo da época de atleta. Fora de campo, temos muitas semelhanças. O Dorival tem a fala mansa e eu também. Diversas vezes ao longo do ano passado e este ano, nós estivemos em contato falando das nossas equipes. Ele é um dos caras que eu mais falo sobre futebol. Dentro de campo, eu não vivi as equipes dele e vice-versa. A partir do momento em que eu chego ao Vasco e ele ao Santos, vamos saber do trabalho de cada um. Ele usa um sistema de jogo e eu uso outro. Temos algumas diferenças, mas existem semelhanças.

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